NORTICIANDO – SAÚDE EM DEBATE: Déficit de 10 mil pacientes
A saúde montes-clarina ganhou os holofotes nesta semana, mais especificamente, na quinta-feira (16), durante audiência pública solicitada pela Comissão de Saúde da Casa, que cobrou a redução dos 10 mil pacientes que se encontram na fila de espera das cirurgias eletivas e sobre denúncias de falta de atendimento clínico, cirúrgico e ambulatorial por parte da rede hospitalar conveniada ao SUS. A secretaria de Saúde, Dulce Pimenta, compareceu ao evento, acompanhada dos servidores que a ovacionou após a sua apresentação por mais de 40 minutos, dos números e conquistas obtidas pelo governo Humberto Souto nos seis anos de governo. Mesmo com esses números favoráveis relatados pela secreta do Palácio da Magalhães Pinto, a chiadeira continua, principalmente por parte daquelas pessoas que têm alguém da família na fila de espera. Mas o que causou estranheza ao longo da apresentação, foi a sua afirmação de que realmente existe um déficit de 10 mil pessoas na fila de espera.
SEIS MIL CIRURGIAS
Ainda sobre o assunto, a secretaria de Saúde afirmou que o município terá um aporte de R$ 17 milhões e uma contrapartida de mais R$ 5 milhões por parte do governo do estado para a realização de seis mil cirurgias. Aí fica a questão, se são 10 mil na fila de espera, como é que ficarão os outros quatro mil? Ainda em tempo, o atendimento é por ordem de inscrição.
O NÚMERO DOBROU
O deputado Arlen Santiago (Avante) que participou do evento, fez uma alerta para a secretária Dulce Pimenta sobre os números apresentados sobre as cirurgias eletivas, onde desconfia que já devem ter dobrado, não sendo mais 10 mil, mas sim 20 mil pessoas. Santiago que é o presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, se comprometeu em levar o relatório da audiência para debater sobre o assunto e buscar uma solução junto ao governo Estado.
SAÚDE NÃO PODE ESPERAR
A vice-presidente da Casa e presidente da Comissão de Saúde, vereadora Maria Helena Lopes, do MDB, disse que a demanda está cada vez mais crescente de pacientes em busca de uma cirurgia eletiva. Sabendo que a saúde não pode esperar e diante de tantos pedidos que tem chegado aos gabinetes dos parlamentares municipais, resolve-se e então por esta audiência que foi subscrita pelos 23 pares. Além de cobrar celeridade nas eletivas, a edil cobrou ainda a manutenção dos 37 leitos que foram desativados no Hospital Universitário Clemente Farias e a contratação de profissionais para atender no setor. Parafraseando o famoso jargão da Escolinha: “saúde é o que interessa, o resto não tem pressa”.
SALÁRIOS SEM REAJUSTE
Não adianta querer tapar o sol com a peneira, a crise no sistema de saúde nas cercanias montes-clarinas está posta. De um lado, o município, que é o patrão; do outro, os médicos, que são os funcionários; e na fila de espera os pacientes. A classe médica reclama dos salários que não são reajustados e da falta de infraestrutura para trabalhar. A denúncia foi apresentada pela presidente do Sindicato dos Médicos de Montes Claros e Norte de Minas – SINDMED, Ariadna Janice Drumond.
ASSÉDIO AOS MÉDICOS
Outro gargalo no setor de saúde é a de pediatria. Sem revelar os nomes, a presidente SINDMED denunciou ainda que os médicos são assediados diariamente por gestores de hospitais, sugerindo que fossem fechados pontos de pediatria. Terminou com desabafo: “isto é um absurdo, levando-se em conta o grande número de crianças que precisa de atendimento. A falta de pediatra e de médico perpassa por vários problemas, temos a tabela SUS defasada.”
PROBLEMA REGIONAL
O certo é que os hospitais locais não estão conseguindo atender a grande demanda, pois ela perpassa o município, com pacientes chegando a toda hora, de cidades do Norte de Minas e de outras regiões do estado e até do sudoeste baiano. De bate pronto, o superintendente do Hospital Dilson Godinho. Antônio Cézar dos Santos, assinalou que: “enquanto Montes Claros estiver recebendo o volume de pacientes de outras cidades, saúde local sempre ficará um caos.”
SAÚDE FRAGILIZADA
Considerado o maior hospital do município, a Santa Casa está com todos os seus leitos tomados. São mais de um milhão de pessoas que são atendidas por ano. O superintendente da Santa Casa, Maurício Sérgio Sousa e Silva, revelou que o volume de atendimento no hospital é grande. “Infelizmente a nossa rede é muito fragilizada, grande parte vem de outras cidades. Existe um déficit na saúde e por isso, precisamos de fato remunerar o médico dignamente.”