Audiência discute inclusão de psicólogos e assistentes sociais na rede de ensino
Na noite desta terça-feira (13), a Câmara de Montes Claros realizou audiência pública para discutir sobre a inclusão de psicólogos e assistentes sociais na educação municipal. O evento foi de iniciativa do vereador Daniel Dias (PCdoB), que enfatizou a importância destes profissionais para o desenvolvimento de crianças e adolescentes.
Em 2019, a Prefeitura de Montes Claros realizou dois processos seletivos para incluir 100 profissionais, entre psicólogos e assistentes sociais, para trabalhar nas escolas da rede municipal. O intuito da assistência é promover a melhoria no aprendizado e detectar possíveis problemas no processo. Além disso, oferecem o apoio necessário aos programas de prevenção e ao desenvolvimento das habilidades socioemocionais.
“Temos os assistidos pelos Cras e agora os alunos que também estão utilizando o serviço, que acabou sobrecarregando o sistema de saúde. Estes profissionais criam laços, vínculos de confiança e não podem ser substituídos a cada ano, por isso, o concurso público oferecerá a garantia do trabalho, além de reconhecer o serviço prestado por estas classes. Precisamos de mais profissionais, pois a demanda aumentou”, defendeu o proponente do evento, vereador Daniel Dias.
A coordenadora do Conselho Regional de Serviço Social, Suzana Alves, ressaltou que uma das formas de valorizar os servidores e proporcionar um atendimento aos alunos ainda mais humanizado é através do concurso público, pois somente assim poderão dar continuidade no trabalho que envolve vidas. “Isso é garantia dos direitos sociais”, afirmou.
De acordo com o representante dos psicólogos da rede municipal de Montes Claros, Thiago Costa, estes profissionais foram inseridos nas escolas, mas sem estrutura de trabalho. Ele ainda conta que a fragilidade no trabalho, gera ansiedade nos próprios psicólogos. “Principalmente no final de ano, uma vez que não sabem se haverá renovação dos contratos. Para cuidarmos da saúde mental dos outros, precisamos cuidar de nós primeiro”.
Para Karine Neves Dias, coordenadora do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, muitos alunos foram diagnosticados com déficit de atenção, autismo, depressão, entre outras questões. Casos esses que passaram despercebidos por professores e até mesmo pelos pais. E com os assistentes sociais e psicólogos a descoberta é rápida e o tratamento se inicia mais rápido.
O coordenador da Comissão de Orientação em Psicologia Escolar e Educacional, Celso Francisco Tondin, que também é representante do Conselho Regional de Psicologia, pontuou que participou de diversas audiências com o tema em questão e que através delas foi feita uma análise onde mostra que Montes Claros tem condições de realizar um concurso público voltado para psicólogos e assistentes sociais a serem inseridos nas escolas.
“Estes profissionais devem ser tratados como servidores da educação, incluindo planos de carreira e todos os benefícios que incluem a categoria”, afirmou o coordenador.
Segundo a representante de pais e alunos da rede municipal de ensino, Michele Amanda Vieira, seu filho de dois anos de idade teve um desenvolvimento significativo após a inserção de psicólogos na escola.
“Notei que meu filho conseguiu melhorar as relações interpessoais com os coleguinhas e se enturmar. Nós, pais, também percebemos que a evasão escolar reduziu, pois, estes profissionais conseguem detectar se há algum problema com os alunos – essa inclusão é uma forma de proteger nossas crianças e adolescentes”, encerrou. (Ascom/CMMC – Christine Antonini)