Ex-presidente da AMM é candidato à presidente da CNM
Uma reviravolta na eleição para a Confederação Nacional de Municípios (CNM) aprofundou o racha na Associação Mineira dos Municípios (AMM). Dias após a AMM declarar apoio à candidatura do ex-presidente Julvan Lacerda à presidência da CNM, o atual presidente, Marcos Vinicius Bizarro, anunciou que será candidato a 1º vice-presidente da chapa adversária. A 1ª vice-presidência, hoje, ainda é ocupada por Julvan, que rompeu com o presidente e candidato à reeleição Paulo Ziulkoski.
Ao anunciar a candidatura, Bizarro provocou Julvan, que até pouco tempo atrás era lotado no gabinete do presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD). “O objetivo é continuar mantendo-se independente dos poderes como o Senado Federal, o Palácio do Planalto e qualquer partido político”, disse o presidente da AMM e prefeito de Coronel Fabriciano, que, ao citar a chapa, chamada “independência”, escreveu em letras maiúsculas.
Ao Aparte, Bizarro afirmou que teria trabalhado para que Julvan continuasse como 1º vice-presidente de Ziulkoski, mas que, segundo ele, o ex-presidente da AMM entendeu que “era a hora de disputar”. “Sempre falei que trabalharia para a chapa de consenso. Caso a mesma não ocorresse, não ficaria contra o Paulo (Ziulkoski), tendo em vista o relacionamento bom entre a AMM e a CNM. Tanto é que há seis ocupamos (AMM) a vice”, apontou.
Julvan, que teria procurado Ziulkoski em busca de apoio, minimizou, dizendo que Bizarro tem o direito de concorrer. “Ele mesmo falou que tem questões pessoais com o Paulo (Ziulkoski), já que ele é gaúcho e o Paulo também. A gente respeita isso. Entretanto, ele é um ponto fora da curva. Todos os demais membros da diretoria da AMM declararam apoio à nossa candidatura. Inclusive, ele estava na reunião”, observou o ex-prefeito de Moema.
Entretanto, Bizarro alegou que, na verdade, a AMM não teria declarado apoio à candidatura de Julvan. “Foi uma parte dos diretores”, pontuou. “Tanto é que a chapa do presidente Paulo (Ziulkoski) tem eu e mais dois diretores”, acrescentou o presidente da AMM, em referência ao prefeito de São Lourenço, Walter Lessa, e ao prefeito de Chácara, Bilim, que serão, respectivamente, do Conselho Fiscal e do Conselho de Representação Regional.
O prefeito de Fabriciano ainda disse que a foto utilizada por Julvan para anunciar o apoio da AMM, onde estava toda a diretoria, teria deixado alguns “em uma saia justa”. “A foto foi tirada como sempre tiramos após uma reunião de diretoria da AMM. Só que algum oportunista aproveitou a situação para colocar alguns membros da diretoria em saia justa. Nada contra o Julvan. Ele está no direito dele (em se candidatar)”, emendou ele, que ainda aparece em um vídeo.
De acordo com Julvan, que formalizou a candidatura na última terça (20/2), o apoio da AMM consta em ata. “Tem reunião da diretoria, foi aprovado, tem ata constando, tem filmagens da reunião etc. Se ele está querendo justificar o posicionamento dele, tudo bem. Quem sou eu para questionar uma decisão dele? (Bizarro)”, ironizou o ex-presidente da AMM, que foi o antecessor de Bizarro.
O racha entre Julvan e Bizarro começou após o prefeito de Fabriciano romper um acordo avalizado pelo ex-presidente da AMM para se revezar à frente da presidência com o prefeito de Boa Esperança, Hideraldo Silva (PSD). Por um ano e meio, Bizarro iria presidir a AMM, e, depois, abriria mão para Hideraldo, que iria presidi-la por outro ano e meio até 2025, o que não aconteceu.
Em busca de contornar a crise, Bizarro e Hideraldo teriam chegado a um denominador comum para renunciar à presidência e a 1ª vice-presidência para que o prefeito de Patos de Minas, Luís Eduardo Falcão (Novo), tomasse a frente da AMM até 2025. Entretanto, eles não renunciaram. (J. O Tempo)