Adeus Toninho da Discobrasa
Arthur Amorim Júnior
Nesta velocidade em que os dias vão passando, a outrora Princesinha do Norte vai perdendo a sua identidade cultural sendo transferido para outro plano. Muitos personagens que ajudavam a alegrar o nosso dia-a-dia vão nos deixando. O mais recente que pegou o trem da partida foi do discotecário Toninho da Discobrasa ou Toninho Figueroa. Grande conhecedor de música, trabalhou como vendedor de disco, na loja Discobrasa, que era localizada nas imediações no “Quarteirão do Povo”, nas décadas de 70 e 80.
De boa prosa, divertido com os seus causos, Toninho era procurado por pessoas de várias gerações para indicar os sucessos musicais do momento. Era fã do rock progressivo, Bob Dylan e outros, mas depois que foi para o Rio de Janeiro e retornou para Montes Claros apresentou outro gosto musical, o samba partido alto de Bezerra da Silva. Vai entender.
Seu time de coração era o Flamengo e não escondia a sua paixão, pois sempre era visto vestido com a camisa do clube.
Com o fim dos discos de vinis, Toninho mudou de profissão e estava trabalhando como frentista num posto de gasolina.
Escolheu ser solitário e foi assim até o final dos seus dias. Por ter feito esta escolha, morreu solitariamente e o seu corpo só foi encontrado alguns dias depois, devido ao seu estado de decomposição e pelo forte odor, a vizinhança acionou a Polícia que confirmou se tratar de Toninho e encaminhou o seu corpo para autópsia no Instituto Médico Legal (IML).
Valeu Toninho da Discobrasa, ou Toninho Figueroa, que o Bom Deus o tenha recebido musicalmente em uma das suas muitas moradas!!