Atual administração de São João da Ponte denuncia a gestão anterior por sucateamento dos ônibus escolares e descaso com as estradas rurais
Com o início do ano letivo se aproximando, a nova administração de São João da Ponte enfrenta uma dura realidade herdada da gestão anterior: ônibus escolares sucateados, estradas rurais intransitáveis e uma série de irregularidades que comprometem diretamente o transporte e a educação dos alunos, especialmente nas comunidades mais distantes.
Além da falta de manutenção dos veículos, a nova equipe gestora está debruçada sobre um grave problema de desvio de peças e equipamentos da frota escolar. Muitos ônibus foram entregues sem pneus ou com peças essenciais, como baterias e componentes de freio, completamente inutilizáveis.
Nas apurações iniciais, houve garantia de que essas peças foram desviadas ou até roubadas durante a gestão passada. “Ao assumirmos, encontramos ônibus depenados, literalmente abandonados no pátio, como sucata. É revoltante ver como o patrimônio público foi tratado”, declarou um funcionário da prefeitura que participou do levantamento das condições dos veículos.
Além disso, a negligência na manutenção das estradas rurais também tem raízes na falta de planejamento e ação da administração anterior. Mesmo com constantes pedidos da população para melhorias, nenhum esforço significativo foi realizado. Hoje, as chuvas tornam trechos completamente intransitáveis, isolando comunidades inteiras. “As estradas estavam em ruínas antes, mas agora são impossíveis. As crianças vão acabar sem aula, e a culpa é do descaso de anos”, lamentam os moradores da comunidade rural de Lagoa de Cima.
Diante desse cenário, o prefeito Fábio Madeira (Avante) afirmou que será impossível cumprir o calendário escolar com início previsto para o dia 10 de fevereiro. Ele explicou que, além da frota escolar sucateada e das estradas rurais precárias, não há tempo hábil para resolver esses problemas até os dados estipulados.
“Encontramos uma situação crítica, fruto de anos de descaso, e estamos fazendo o máximo para solucionar o problema, mas é inviável garantir o início das aulas no prazo previsto. Seria irresponsável expor as crianças a tantos riscos”, assinalou.
O prefeito de São João da Ponte, juntamente com outros prefeitos que fazem parte do Cimams, Codanorte e Amams, enviou ofício à Secretaria Estadual de Educação relatando os graves problemas enfrentados pelos municípios. No documento, os dirigentes municipais pedem compreensão e solicitam flexibilização do calendário escolar, indicando que o início das aulas poderá ocorrer apenas após o carnaval.
“É uma questão de segurança e dignidade. Não podemos ignorar o estado em que recebemos as estradas e os ônibus. Nossa prioridade é resolver a situação e garantir um transporte escolar seguro para todas as crianças”, reforçou o prefeito.
AUDITORIA
A administração atual também informou que está realizando uma auditoria para investigar o desvio de peças da frota escolar e responsabilizar os envolvidos. Enquanto isso, a prefeitura está em busca de recursos e apoio do governo estadual para agilizar a recuperação das estradas rurais e da frota escolar.
Pais, professores e alunos vivem a incerteza quanto ao início das aulas, mas a maioria confirma a gravidade da situação. “Prefiro que as aulas atrasem, mas que meu filho tenha condições seguras para ir à escola. O que não dá é continuar como está”, afirmou uma mãe de um estudante da zona rural.
A população espera que as ações emergenciais planejadas pela gestão atual tragam resultados concretos, garantindo o direito à educação de forma segura e eficiente. A administração municipal, através da Secretaria Municipal de Educação, reafirma seu compromisso em enfrentar os desafios herdados e em construir uma nova realidade e melhorar o setor educacional municipal, dando segurança ao corpo docente e alunos de São João da Ponte. (Ascom PMSJP – C. B.)