Grão Mogol sediará congresso de ecoturismo e turismo de aventura
Como acontece todos os anos na feira WTM, a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta) anuncia seu calendário para 2023. O 20º Abeta Summit deverá acontecer de 25 a 28 de outubro, em Grão Mogol, no Norte de Minas, a 570 km da capital mineira e a 150 km de Montes Claros. O tema deste ano é “Redescobrindo o Brasil – Novos Destinos, Novas Oportunidades” e terá apoio do governo de Minas, Sebrae e prefeitura local. O anúncio será feito nesta terça-feira (3/4), às 15h, no estande de Minas Gerais.
Para o secretário de Turismo de Grão Mogol, essa é uma oportunidade de apresentar para cerca de 500 empresas do segmento e para o Brasil o potencial que tem o Norte de Minas e, especialmente, a Cordilheira do Espinhaço, uma região privilegiada, a única cordilheira do Brasil, a maior cadeia de montanhas entrecortada por rios, com muitas trilhas, cachoeiras, espécies endêmicas e duas unidades de conservação importantes. “Essa é uma forma de apresentar as belezas que Minas Gerais tem, desconhecida até dos próprios mineiros”, enfatiza.
O evento
O Abeta Summit é o mais importante congresso de ecoturismo e turismo de aventura do país e só aconteceu uma única vez em Minas Gerais, no município de Conceição do Mato Dentro, em 2018. O evento é um encontro que reúne desde 2015 a nata do segmento de forma itinerante, com base em três pilares – geração e produção de conhecimento, relacionamento e diversão. Um dos espaços do evento é uma Escola Técnica não inaugurada, que o congresso ajudará a ser integrada novamente à comunidade. Neste ano, pela primeira vez, acontece paralelamente um congresso técnico-científico.
O evento terá uma feira de novos 40 destinos turísticos, com pouca estrutura e em processo de amadurecimento como Nobres (MT) e Iraí (RS), painéis e palestras com transmissão pelo perfil da entidade no YouTube, oficinas com conteúdo técnico em três salas (Abeta Conecta, Abeta Inspira e Abeta Capacita) e uma programação ao ar livre. Também será entregue o Troféu Abeta Brasil Natural, que está na quinta edição e premia nas categorias acessibilidade, segurança, inovação, cardume (novato) e Curupira (votação na Internet). Neste ano, a estrutura de hospedagem será diferente e terá uma área para camping, trailers e motorhome, além de casas de família – Grão Mogol tem apenas 300 leitos. A expectativa da organização é receber cerca de 400 participantes.
A Abeta tem atualmente cerca de 120 associados em seis Estados, entre eles Minas Gerais. A entidade já faz parte do Conselho Nacional de Turismo, do Ministério do Turismo, e do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e de conselhos de Turismo nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, e em breve, de Pernambuco. É também pioneira na qualificação e certificação em turismo de aventura e participou ativamente da criação da norma ISO de segurança oficialmente em 28 países do mundo, inclusive pela pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Profissionalização
Segundo Luiz Del Vigna, diretor-executivo da Abeta, uma parte dos problemas do turismo de aventura passa pela capacitação, por esse motivo a entidade trabalha continuadamente para oferecer cursos e oficinas em diversas regiões do país. O executivo acredita que o único caminho para diminuir os acidentes no segmento e garantir a segurança aos usuários é a profissionalização. Outro problema, aponta o executivo, é a Informalidade e a legalidade, que esbarram uma hora ou outra na questão da segurança.
O pontapé para a normatização do turismo de aventura no país foi dado em 2006 com o Programa Aventura Segura, uma parceria entre a Abeta, o Ministério do Turismo e o Sebrae Nacional. O programa desenvolveu e aplicou 16 normas técnicas para os segmentos de ecoturismo e turismo de aventura, hoje ampliadas para 42, criando padrões de qualidade e segurança para a oferta de atividades como caminhadas, rafting, arvorismo, cicloturismo, cavalgada, mergulho, entre outras, avaliando os perigos e riscos de cada uma para usuário.
Norma ISO
O processo foi iniciado no Brasil e se expandiu em parceria com outros países, como Inglaterra e Portugal, criando normas internacionais de gestão de segurança. A ISO foi aprimorada posteriormente para ISO 2101. “O país é referência global enquanto matriz da ideia, mas em aplicações estamos atrasados”, ressalta Del Vigna. Hoje, segundo ele, apenas 30% das empresas do mercado estão na formalidade e têm álvara de funcionamento. Entre os destinos mais destacados estão Bonito (MS), Canela (RS), Socorro e Brotas (SP).
No ano passado, a Abeta realizou 13 Abeta Conecta, eventos regonais que buscam capacitar empresas e gestores em um determinado território. “Durante três dias levamos nossos especialistas até um determinado território e fazemos uma imersão em Trilhas Abertas do Conhecimento (TAC)”, explica Del Vigna. Uma das cidades que sediou o evento foi Grão Mogol. “Após a pandemia, as pessoas estão buscando o turismo de natureza no limite entre o patológico e o fisiológico”, conclui.
Declarações feitas no evento
Vinícius Viegas, presidente da Abeta, disse que espera que o congresso coloque o Norte de Minas nas prateleiras das empresas de ecoturismo e turismo de aventura de todo o país. O prefeito de Grão Mogol, Diego Fagundes, lembrou que o governo de Minas tem realizado um trabalho importante de interiorização do turismo de Minas.
O secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, ressaltou que, após a pandemia, o turismo de natureza virou uma tendência no mundo inteiro. “Trazer o congresso da Abeta para o Norte de Minas é jogar o holofote sobre o Espinhaço, uma região pouco explorada e que merece ser descoberta pelos turistas”, frisou. (Fonte: O Tempo)