Incentivo para a presença da mulher na apicultura em crescimento
O Sindicato dos Produtores Rurais de Pirapora, junto com a Associação dos Apicultores de Cachoeira do Teobaldo (Apicat) e o Grupo de Apiculturas Flores de Aroeira do Sertão Norte-mineiro, tem incentivado a maior participação das mulheres na produção rural, especialmente por meio da apicultura. Entre as iniciativas está a parceria com a empresa TTG Brasil, que administra propriedades florestais comerciais na região.
A proposta é desenvolver um estudo para criação de pastos apícolas nas áreas de preservação das fazendas do grupo, que serão disponibilizadas para as apicultoras criarem suas colmeias.
“A empresa já desenvolve em outras regiões o Projeto Apiários, que agora chega para iniciar este trabalho com a apicultura de Pirapora, Buritizeiro e Ibiaí. É um projeto de preservação com a produção do mel. E o nosso foco será totalmente com as produtoras rurais, para incentivar a presença das mulheres no campo e nos empreendimentos rurais. Já iniciamos este processo por meio do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) da apicultura, que está no seu primeiro ano capacitando essas apicultoras”, explica o presidente do sindicato rural, Helder Braga.
Desde o início do ciclo de ATeG, o grupo Flores de Aroeira, hoje composto por 30 mulheres, tem intensificado os trabalhos e articulações para o crescimento da cadeia produtiva e a participação de mais apicultoras da região. Trabalhar o protagonismo feminino foi a principal ferramenta adotada, como explica uma das produtoras rurais, Adriana Duarte Rocha.
“No início, as mulheres da região não se viam como produtoras. E isso chegou a me desestimular um pouco. Então comecei a trabalhar pelo protagonismo das mulheres na apicultura, em seguida tivemos a ideia de criar o grupo, trazendo as mulheres que tinham dificuldades, estavam sem perspectivas, e mostrando que a apicultura pode ser o fortalecimento da renda da família”, ressaltou.
Expectativa para aumento produtivo
A produção ainda está em fase inicial para praticamente todas as apicultoras. No entanto, a chegada dos novos conhecimentos e o ânimo dos últimos meses têm feito o grupo sonhar com novas expectativas para melhorar a produtividade. Há três anos na atividade, foi em 2023 que Adriana começou a colher mel em sua propriedade. Ela largou o emprego na cidade para viver do campo desde 2014.
“O ATeG ajustou mais os métodos de trabalho. Não tínhamos parâmetros. Eu cheguei a pesquisar na internet e experimentar algumas práticas, mas não estava fluindo. Pelo ATeG experimentamos na prática as orientações técnicas, com a presença do instrutor, o que garante uma atuação de forma assertiva e profissional. Agora é hora de fortalecer os enxames, para produzir bastante”, argumenta Adriana Duarte.
O Também assistida do ATeG, Maria de Lourdes Pamplona da Silva entrou pela primeira vez no apiário neste ano. Funcionária pública por 33 anos, ela resolveu apostar na produção de mel após conversar com uma idosa, de 72 anos, que se orgulhava em falar que também era apicultora. “Essa senhora me inspirou. Meus irmãos são apicultores, mas eu ainda não tinha me despertado para a produção. Em poucos meses já vejo o quanto o trabalho técnico já transformou a realidade, o que torna mais um incentivo para outras mulheres iniciarem na apicultura”, lembra Maria de Lourdes.
Assim que instalado os pastos apícolas nas fazendas da região, a produção deve crescer ainda mais, dando novas possibilidades aos assistidos do ATeG. A proposta é que um percentual da produção do mel destes pastos apícolas passe a ser destinado para instituições filantrópicas.
“Essas áreas de implantação fazem parte de um trabalho a longo prazo, em parceria com a empresa. Enquanto isso seguimos atuando com grande expectativa para a aroeira, agora que conseguimos aumentar a taxa de povoamento das colmeias das apicultoras”, explica o técnico de campo, Luan Dourado. (Ascom/Faemg-Senar – Ricardo Guimarães)