Oficinas da 3ª onda do Projeto Saúde em Rede debatem atenção especializada e imunização
Com enfoque na necessidade de incremento das coberturas vacinais e avaliação da abrangência dos serviços de atenção especializada em saúde, a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros – (SRS) conclui nesta quarta-feira, 14, o segundo ciclo da terceira onda de implantação do Projeto Estratégico Saúde em Rede nas microrregiões de saúde de Montes Claros, Bocaiúva e Francisco Sá. Os trabalhos, que estão sendo realizados no auditório do Consórcio Intermunicipal Multifinálitário da Área Mineira da Sudene – (Cimams), envolvem profissionais de 17 municípios que atuam em serviços de atenção primária em saúde e de atenção especializada.
As oficinas estão sendo conduzidas pelas referências técnicas de atenção à saúde da SRS, Denise Silveira, Juliane Damasceno e Ludmila Rocha, com apoio da analista do nível central da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais – (SES-MG), Ana Luíza Moreira, e da apoiadora da Escola de Saúde Pública de Minas Gerais – (ESP), Alice Werneck.
Ao destacar que as campanhas de vacinação constitui um dos macroprocessos de construção social da atenção primária à saúde, Denise Silveira reforçou a importância que o Programa Nacional de Imunizações – (PNI) possui para o contexto da saúde pública do país.
“Ao inserir o debate sobre vacinação já no segundo ciclo do Projeto Saúde em Rede a SES-MG evidencia a importância que o tema possui, levando em conta que nos últimos anos as baixas coberturas vacinais tem ocasionado a ocorrência de surtos de doenças imunopreveníveis. Isso não deveria estar ocorrendo devido à existência de vacinas disponibilizadas gratuitamente à população por meio do Sistema Único de Saúde – (SUS), observou Denise Silveira.
A referência técnica em imunização da Rede de Frio da Superintendência Regional de Saúde, Mônica de Lourdes Rochido reforçou que, com 48 imunobiológicos disponibilizados atualmente a todos os segmentos da população, o Programa Nacional de Imunizações é referência internacional.
“Por meio de campanhas de vacinação implementadas desde 1804, o país conseguiu controlar a disseminação de dezenas de doenças, entre elas a varíola e o sarampo. No caso da paralisia infantil, Minas Gerais não registra nenhum caso há 37 anos. Ou seja, aliado à disponibilização de água tratada à população, as vacinas causaram um impacto altamente positivo para a saúde pública. Isso porque, entre outros benefícios, por meio das vacinas o país reduziu em 67,7% a mortalidade de crianças menores de cinco anos de idade”, destacou a referência técnica.
Ainda segundo Mônica Rochido, o fortalecimento dos serviços de atenção primária à saúde é mais importante do que construir hospitais. Isso porque, “com uma atenção primária resolutiva, as pessoas não precisam recorrer aos serviços de maior complexidade para ter acesso a tratamento de saúde de casos mais simples. Nesse contexto, o trabalho em equipe dos profissionais que atuam nos serviços de atenção primária constitui medida importante e eficaz nos processos de trabalho, resultados e monitoramento”, concluiu.
Em oficinas iniciadas nesta terça-feira, os profissionais de saúde estão aprofundando o debate e a análise das ações relativas ao Programa Nacional de Imunizações. Entre outras questões está sendo abordada a organização das salas de vacinas; desafios da vacinação e aumento das coberturas vacinais; microprocessos de vacinação; leitura e análise dos procedimentos operacionais padrão.
ATENÇÃO ESPECIALIZADA
Ainda durante o segundo ciclo de implantação do Projeto Saúde em Rede, os profissionais também estão analisando questões sobre a regionalização da saúde e da atenção ambulatorial especializada, que tem como um dos principais atributos a sua vinculação a um território. Nos debates está sendo avaliada de que forma a atenção especializada deve ser conduzida, se por meio de consórcio intermunicipal ou de administração direta dos municípios.
Diferentemente dos serviços de atenção primária, o território de abrangência da atenção especializada ultrapassa as fronteiras municipais, fazendo com que a unidade seja referência para a prestação de serviços em uma escala regional. Isso não significa que a atenção especializada esteja afastada da realidade da população para quem oferta suas ações, pois o serviço especializado deve constituir vínculo com as equipes de atenção primária dos municípios de sua região de abrangência, de modo que possa integrar melhor uma rede regionalizada de atenção à saúde. Ascom/SRS Montes Claros – Pedro Ricardo/