Artistas norte-mineiros transformarão fachadas do BNB em Montes Claros e Arinos

 Artistas norte-mineiros transformarão fachadas do BNB em Montes Claros e Arinos

Montes Claros (MG), 6 de fevereiro de 2024 – Os norte-mineiros Luana Z. e Jhonnata Siqueira, o Dread, vão transformar as fachadas das agências do Banco do Nordeste em Montes Claros e Arinos, respectivamente, em arte. Os dois foram selecionados via edital público para propostas de intervenção nas unidades da instituição, por meio do projeto Galerias Urbanas.

As propostas homenageiam a cultura regional. Luana Z., natural de Salinas e com trajetória acadêmica e profissional em Montes Claros, inscreveu “O melhor lugar do mundo”, que faz referência à música “Dentro de um abraço”, do Jota Quest.

“Por meio dessa obra, busco explorar a profundidade e a beleza desse gesto simples, mas carregado de emoções. O gesto do abraço transcende barreiras e promove um senso de unidade entre as pessoas. Independentemente de raça, gênero, religião ou origem, todos anseiam por um abraço, por uma conexão humana genuína. A escolha das cores preto e branco também remete à simplicidade e à atemporalidade do gesto do abraço. Essas cores básicas destacam a essência pura e universal do ato de abraçar, que não conhece limites de tempo ou espaço. É um gesto que perdura ao longo da história da humanidade e transcende as circunstâncias atuais”, explica a artista.

Dread é montes-clarense e vai implementar em Arinos a proposta “Folia de Reis de Bom Jesus”. “Sempre que eu vou desenvolver algum trabalho, faço uma pesquisa relacionada às origens e cultura do local e tento retratar nos meus painéis a história que o lugar carrega. O resgate da cultura local e é uma forma de fazer com que as pessoas também valorizem o que elas têm de melhor no lugar, o que já é tradicional. Inclusive tenho boas memórias da Folia de Reis, é algo que fez parte da minha infância no Norte de Minas, onde eu cresci”, lembra.

O superintendente estadual do BNB, Wesley Maciel, destaca que o apoio à cadeia produtiva cultural também é uma atribuição que promove desenvolvimento regional. “O Banco do Nordeste é muito mais do que uma instituição financeira que oferece taxas de juros reduzidas e prazos de pagamento mais longos. É um bem da sociedade e nada mais justo do que valorizar a cultura e os artistas locais. Temos certeza de que nossas unidades ficarão ainda mais belas e atrativas depois das intervenções”, afirma o gestor.

O edital selecionou ao todo 60 propostas, que receberão R$ 358 mil para transformar as fachadas de agências também em Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. O resultado com os nomes de todos os vencedores está publicado na página do Banco do Nordeste na internet.

Galerias Urbanas

O Galerias Urbanas é um projeto de intervenção artística realizado pelo Banco do Nordeste Cultural, que tem como objetivo fortalecer o papel institucional do BNB como garantidor de direitos culturais e promotor da cadeia produtiva das artes visuais nos estados que fazem parte da sua área de atuação.

O projeto teve início em outubro de 2019, contemplando seis agências do interior da Paraíba, onde os artistas Shiko, Thayroni Arruda, Flora Santos, Dyógenes Chaves, Thaynha, Dedoverde e Bisouro tiveram participação na confecção dos murais que homenagearam ícones da música do estado, como Jaguaribe Carne, Socorro Lira, Elba Ramalho e Jackson do Pandeiro.

O gerente da Célula de Gestão da Cultura do Banco do Nordeste, Murilo Albuquerque, conta que o programa Galerias Urbanas nasceu como uma retomada do diálogo entre as ações negociais e culturais desenvolvidas pelo BNB, após experiências exitosas ocorridas entre os anos de 2009 e 2014, proporcionando à população atendida a oportunidade de conhecer a produção dos artistas paraibanos do grafite e enaltecendo a produção musical dos seus conterrâneos. Atualmente 18 painéis de 15 metros quadrados estão distribuídos em seis agências da Paraíba.

Os artistas

Luana Z. é uma artista visual cuja paixão pelo desenho começou na infância, quando descobriu o poder de dar vida às ideias. Em um estilo acromático, inspirado no cordel, de uma forma mais contemporânea, utiliza o contraste entre o preto e o branco para expressar as dualidades da vida, mesclando agressividade com leveza, representando os desafios e conquistas. Sempre com um toque de movimento, refletem o eterno giro da vida.

Suas obras são um mergulho profundo na complexidade do feminino, na celebração das formas, na desconstrução de padrões sociais enraizados e são, ao mesmo tempo, um reflexo das memórias da infância, da superação de desafios pessoais e da celebração da vida. É uma ode às memórias do Sertão, à luta contra a seca, à força da fé e à constante transformação do mundo que nos rodeia.

Jhonnata Siqueira, mais conhecido por Dread, é um artista brasileiro que combina a expressividade da arte de rua com um notável realismo na pintura. Nasceu no Norte de Minas, Dread e na capital do estado desenvolveu sua paixão pelas artes visuais. Suas obras são marcadas por cores vibrantes e técnica que impressiona quem tem o privilégio de apreciá-las.

Desde a infância, Dread demonstrou um talento natural para o desenho. Já ministrou oficinas de grafite em escolas, universidades, casas de cultura, ateliês e eventos públicos. Com vários projetos aprovados, Dread tem contribuído significativamente para a promoção de valores por onde passa. Suas obras podem ser encontradas em diversos locais, desde vias urbanas até áreas industriais, tanto em espaços externos quanto internos.

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