Campanha da Fraternidade e meio ambiente em pauta

A Câmara Municipal realizou nessa quinta-feira (13/03) audiência pública dedicada a discutir a Campanha da Fraternidade 2025, que traz como tema “Fraternidade e Ecologia Integral” e o lema “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1, 31). O evento foi de iniciativa do vereador Soter Magno (PSD) e reuniu autoridades políticas, religiosas e representantes da sociedade civil para refletir sobre os desafios ambientais contemporâneos e a responsabilidade coletiva diante da crise ecológica.
O proponente ressaltou a urgência do tema, destacando a responsabilidade das gerações atuais em preservar o meio ambiente para as futuras gerações. “Nós sabemos que o mundo vive os problemas das crises ambientais. Se tivéssemos tido preocupação no passado, talvez não estaríamos aqui nesta Casa Legislativa discutindo este tema tão importante para toda sociedade e que traz preocupação para a presente e para as futuras gerações. A verdadeira preservação ambiental começa na nossa casa”, afirmou o parlamentar.
Guilherme Roedel, promotor de Meio Ambiente e representante do Ministério Público, também enfatizou a importância da ação coletiva para reverter a crise climática, classificando-a como uma verdadeira crise civilizatória. Ele destacou a necessidade de compatibilizar o crescimento urbano com a preservação das árvores nativas, além de chamar a atenção para o problema do assoreamento do rio São Lamberto, uma das questões ambientais mais graves do município. “O Ministério Público é um grande parceiro do desenvolvimento sustentável e está devidamente preocupado com o meio ambiente. A cidade precisa se integrar mais à natureza”, pontuou Roedel.
O Arcebispo Metropolitano de Montes Claros, Dom José Carlos de Souza Campos, reforçou que o tema não se trata de uma questão exclusivamente religiosa, mas de um apelo urgente pela preservação da vida no planeta. “As crises socioambientais, climáticas e de toda ordem vão dizimar a todos, começando pelos mais pobres. Mas quando faltar água, comida e ar, mais cedo ou mais tarde, morrerão também os grandes e os poderosos”, alertou Dom José. Para ele, é essencial que toda a sociedade se una para enfrentar o que ele chamou de uma catástrofe iminente. “Precisamos reconciliar a humanidade com a natureza”, completou o arcebispo.
Por fim, o prefeito Guilherme Guimarães (União) destacou a importância da sensibilização individual e comunitária. “A campanha da fraternidade é um momento importante para a nossa igreja, que está sensibilizando as pessoas sobre a necessidade de cada um participar do processo do desenvolvimento do mundo. Sabemos que o poder público tem a sua responsabilidade, mas é importante salientar que nenhuma lei será capaz de mudar as coisas se não sensibilizarmos cada um dos habitantes. Pensar globalmente, mas agir localmente, concluiu o prefeito.
Campanha da Fraternidade
A Campanha da Fraternidade 2025, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), traz como tema “Fraternidade e Ecologia Integral” e como lema a frase bíblica “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1, 31). Esta campanha tem o propósito de sensibilizar os cristãos e a sociedade para a urgente necessidade de cuidar da casa comum, a Terra, e de promover a justiça ecológica de forma integral.
O conceito de “ecologia integral”, proposto pelo Papa Francisco, em sua encíclica Laudato Si’, é central na campanha deste ano. Ele convoca a humanidade a compreender a interconexão entre os problemas ambientais, sociais, econômicos e culturais, propondo soluções que envolvam tanto o cuidado com o meio ambiente quanto a promoção da dignidade.
A frase do Gênesis, “Deus viu que tudo era muito bom”, destaca a bondade e a beleza da criação divina, lembrando-nos da responsabilidade que temos em preservar o mundo em que vivemos. Em tempos de degradação ambiental, crise climática e desigualdades sociais, a Campanha da Fraternidade 2025 reforça a importância de unir esforços para a construção de um futuro mais justo, sustentável e fraterno. (Ascom CMMC – Gissele Niza)